Sou uma leitora mais ou menos ocasional da ficção romântica, há alturas em que me sabe bem ler um livro que mesmo antes de começar adivinho o final. Estes livros são para mim um guilty pleasure, vejo-os como uma forma de passar o tempo e às vezes rio-me quando o enredo vai pelos caminhos mais óbvios e esperados. Por regra não escrevo aqui ou no meu próprio blogue sobre este tipo de livros até porque considero que quem os quer ler facilmente os identifica nas livrarias pelas suas capas e títulos. Além disso nunca li nenhum que achasse que merecia atenção ou se destaca-se dos outros.
Hoje abro uma excepção para este The Secret Pearl de Mary Balogh. Há uns meses surgiu no nosso mercado a primeira tradução de um livro desta autora e há uns dias outro titulo foi publicado. Este livro sobre qual escrevo ainda não está publicado por cá, mas com este bom ritmo é natural que não demore muito a chegar cá.
O livro começa à porta de um teatro no londrino, quando um cavalheiro, Adam Kent vê uma prostituta, Fleur, a quem acaba por solicitar os seus serviços. Os dois dirigem-se a uma pensão. Após a consumação da relação Adam percebe que foi o primeiro cliente de Fleur e que a jovem está a passar tempos difíceis, além de lhe pagar pelos serviços Adam oferece-lhe ainda comida.
As coisas não são fáceis para Fleur, que saiu de casa, sem referencias e sem nunca ter trabalhado, tendo apenas as prendas de uma jovem da sociedade, Fleur não consegue encontrar trabalho e vê na prostituição o seu último recurso.
Talvez por culpa, talvez por caridade Adam decide ajudá-la, tentando descobrir o seu paradeiro, algo difícil. Acaba por recorrer a uma agência de empregos perto do sítio onde deixara Fleur ( ela recusa-se a que ele a leve a casa).
O plano dá certo e poucos dias depois Fleur está a caminho da casa de campo de Adam para se tornar na preceptora da sua filha, Pamela. Fleur está feliz por não ter de recorrer à prostituição e por poder ganhar dinheiro de forma honesta, ignorante que a sua jovem pupila é filha do seu primeiro e único cliente.
Este livro, ao contrário de muitos outros do género, não nos apresenta o típico homem mulherengo, objecto do desejo de todas as mulheres, que se apaixona pela jovem inocente. Outro ponto a favor é não termos uma visão redutora dos personagens já que não temos a narração na primeira pessoa pela personagem feminina ou não sendo narrado por ela apresenta apenas a sua perspectiva dos factos; vemos muitas cenas passadas entre outros personagens e das quais os protagonistas não fazem parte.
O livro encerra alguns mistérios que vão sendo desvendados e que irão com certeza surpreender o leitor. É uma leitura aconselhada a quem gostar do género.