Como me parece que a literatura romanceada vai ficar a meu cargo, aqui vai mais um que acabei de ler ontem.
A stranger in my arms de Lisa Kleypas conta a história de Larissa Crossland ou Lady Hawksworth e do seu marido, Hunter Crossland ou Lorde Hawksworth. Passa-se no tempo da regência e da muito famosa 'incursão' da Inglaterra por terras da Índia. O caricato é que Larissa (ou Lara como é conhecida por todos) é uma jovem viúva desde que o marido foi dado como morto durante uma viagem prolongada à Índia. E Lara vive agora uma vida calma, despojada do seu título aristocrático e das suas posses e condenada a viver num pobre anexo de Hawksworth Hall. Como é uma mulher pouco ambiciosa e materialista, contenta-se com a tranquilidade da sua pacata vida e dedica-se a ajudar os pobres, idosos e os orfãos. Como viveu um casamento sem amor e sem qualquer tipo de ligação ao marido, que chegava a maltratá-la fisicamente, sente até alívio e o ânimo mais leve por estar viúva e livre de Lorde Hawksworth, o marido. Até que um dia, algo destabiliza completamente a sua existência! Lorde Hawksworth está vivo e a caminho de Hawksworth Hall para reocupar o lugar que é seu por direito e a esposa que ainda continua a ser sua. No entanto, apesar das dúvidas iniciais, todos aceitam Hunter como Lorde Hawksworth, inclusivamente Lara que descobre um homem completamente diferente daquilo que ele era antes de embarcar para a índia. Um homem com cunho aristocrático mas que tratava Lara com desprezo e como se fosse propriedade sua para fazer aquilo que bem entendesse; Agora, Hunter está diferente; mais carinhoso, mais atento às necessidades de Lara e completamente apaixonado por ela. Enfim, o homem que ela sempre desejou amar mas que nunca pensou encontrar em Hunter.
A história pode parecer muito doce e cor-de-rosa. Mas é bastante interessante e muito bem escrita. Tem algumas cenas picantes mas nada de muito escandaloso. E a trama vai-se desenvolvendo com nexo e sem nunca perder o interesse. Foca aspectos muito usuais naquele tempo, como seja os casamentos arranjados por interesses vários, a forma como alguns maridos tratavam as esposas achando que elas eram apenas mais um objecto em seu poder do qual podiam dispôr como queriam, a pobreza imensa, etc.
O final é surpreendente! É basicamente o final que imaginámos logo que começamos a ler o livro. Todavia, à medida que a trama se adensa, começamos também a acreditar que Hunter é realmente Hunter e milagres acontecem na personalidade das pessoas.
Seguramente aconselhável para quem gosta do género.
Ano: 1998
Ano da edição portuguesa: 2008
Editora: O Arco de Diana