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O primeiro contacto com a escrita de Rosa Lobato de Faria deu-se com o livro "A Trança de Inês" e como a experiência foi muito boa, decidi voltar logo que possível aos livros desta escritora. No entanto isso só aconteceu agora com este "As Esquinas do Tempo".
Neste livro conhecemos Margarida, uma professora de Matemática, que vive em Lisboa. Um dia, Margarida desloca-se a Vila Real para fazer uma palestra sobre novas técnicas de ensino da Matemática e fica hospedada num turismo de habitação. Quando acorda na manhã seguinte, Margarida descobre que já não está em 2008, mas sim 1908, e é agora a filha mais velha de um casal com três filhas. Ninguém parece notar que ela não pertence ali, simplesmente porque a Margarida que devia estar ali, era sua bisavô, com quem a nossa Margarida se parece muito.
Este tipo de estórias de viagem no tempo começam a ser bastante comuns, ainda muito recentemente o cinema teve um filme assim, pela mão de Woody Allen, o Meia-Noite em Paris. Mas mesmo antes deste filme já houve narrativas deste género, como por exemplo Kate e Leopoldo, a série Lost in Austen.
Embora, o livro tenha uma estória já antes explorada não deixa de ser uma leitura aliciante, que nos mantém naquela expectativa do que vai acontecer a seguir. Pessoalmente não gostei dos personagens, só de uma que me causou bastante piedade.
Rosa Lobato de Faria, faz ao longo do livro bastantes comentários mordazes que nos fazem perceber a sorte que temos em sermos mulheres e vivermos neste século. Quando Margarida pensa no seu século, acaba por lhe encontrar defeitos que até ali não via.
Se as minhas palavras não foram convicentes, aconselho-vos a espreitar aqui e a ouvirem a leitura do primeiro capitulo pela Rosa Lobato de Faria, quem sabe se vocês não irão sentir-se com vontade de ler e perceber como se viaja no tempo.