Nesta história não há finais felizes, nem verdadeiramente tristes.
Há a história de uma família Açoriana com as lutas normais de se viver na Ilha de S. Miguel, a meio do Séc. XX. Ou melhor, de se nascer na ilha de S. Miguel!
Após uma infância na ilha os protagonistas da história, os vários elementos da família traçam o seu percurso, em direcção a Lisboa, à África, à América ao Canadá.
A história desta família não é bonita, pois não é retratada com os olhos distantes com que muitas vezes retratamos os exemplos das nossas próprias famílias, é antes escrita por um dos filhos que se sentiu sempre amargurado com o seu lugar no mundo, em qualquer lugar em que esteve.
No fim conseguiu a reconciliação com a sua família e si mesmo, mas apenas isso. O reconhecimento de que a resposta não está no sucesso, se de um verdadeiro sucesso se possa tratar, o perdão aos pais sem que uma verdadeira desculpa exista, o amor á ex-mulher e filhos...
Este é um livro interessante nas suas descrições, e intenso. No final não tive a sensação de uma história concluída, mas antes de espreitar as lutas que as pessoas tantas vezes têm com aqueles de que gostam mais. Este é sobretudo um livro humano, na descrição das falhas dos homens.
Tudo termina na casa da família que ele por lhe ser quase estranho herda. E nos pombos, os únicos que permanecendo no lugar são donos desse tempo e espaço que passaram.